Pontão Pátria Grande de Integração Latino-Americana e Territórios de Fronteira


Água para os povos!

Água para os povos!

Dia Internacional de Luta Contra as Barragens (14 de março); Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas (16 de março);Dia Mundial da Água (22 de março).

Hoje, dia 17 de março, o Pontão de Cultura Pátria Grande de Integração Latino-americana e Territórios de Fronteira aproveita a proximidade das datas acima mencionadas para se solidarizar com as comunidades e povos mais afetados em sua segurança hídrica e pelos efeitos hídricos da emergência climática e, por consequência, ameaçadas em sua própria existência pelo modelo predatório e negacionista de desenvolvimento impingido a todas nós  pela lógica capitalista. Afirmamos também nosso compromisso com estes temas e estas lutas que esfregam nos nossos olhos de maneira cada vez mais flagrante e incontornável a responsabilidade central do modo de produção capitalista por esse tempo que vivemos.    

É necessário denunciar as violências impostas pelo capitalismo sobre os territórios e os povos, sobretudo aqueles que dependem de mananciais específicos, às vezes únicos para sobreviver. Esse modelo, guiado pelo lucro e opulência para poucos e que “democratiza” a miséria para a massacradora maioria dos povos é o mesmo que devasta rios, polui mares, intensifica os impactos nas águas do Planeta por causa da emergência climática (alteração no regime de chuvas, aumento na frequência de eventos extremos e aumento da temperatura das águas que destrói ecossistemas e eleva o nível dos oceanos) e privativa elementos imprescindíveis à manutenção da vida na Terra, transformando bens comuns, como a água, em mercadoria.

A pesca artesanal, sustento de incontáveis famílias ribeirinhas e costeiras, está ameaçada por barragens construídas para abastecer o agronegócio e a indústria, pela contaminação das águas causada por mineradoras, pela implantação de eólicas no mar e pela fragilidade das políticas ambientais que atacam os efeitos e não a causa, o modo de produção desmedido e irracional capitalista. O capital se apropria do que deveria ser de todos, deixando populações inteiras sem acesso à água potável enquanto indústrias lucram com a privatização dos recursos hídricos.

A construção de barragens tem sido instrumentos de deslocamento forçado e destruição ambiental, com graves consequências para a qualidade de vida e para a saúde física e mental das comunidades deslocadas. Rios que alimentavam cidades e aldeias são interrompidos para gerar energia destinada às corporações, não às pessoas. Povos originários e comunidades quilombolas são expulsos de seus territórios sob a justificativa e promessa de "progresso", de ”desenvolvimento” que nada mais é do que a acumulação de riquezas por uma elite que vive distante dos impactos de suas próprias destruições ou tem meios para neutralizar estes impactos em suas vidas.

As mudanças climáticas, intensificadas pela lógica extrativista do capital, aprofundam esse cenário de crise. Secas prolongadas e enchentes extremas não são desastres naturais, mas consequências diretas de um sistema que explora a Terra para além de seu limite, sem responsabilidade com o futuro. Importante reiterar, enquanto as populações pobres sofrem com a falta d'água, corporações transnacionais engarrafam e vendem esse direito básico como se fosse um privilégio!

Defender a água como bem comum é um ato de resistência e uma afirmação da vida. É preciso lutar contra a privatização dos rios, dos mangues, das zonas costeiras, contra as grandes obras que destroem ecossistemas e contra o modelo poluente e desigual que beneficia poucos e sacrifica muitos. As mobilizações das comunidades atingidas por barragens, dos povos da pesca e dos movimentos socioambientais anticapitalistas são fundamentais para barrar o avanço da lógica de morte do capital sobre a natureza e sobre a vida.

A água não pode ser tratada como mercadoria. Seu acesso deve ser garantido a todas as pessoas, e sua gestão deve estar nas mãos do povo, não das corporações. Neste dia, reafirmamos que a luta pelo direito à água é também a luta contra o sistema que destrói nossos rios, nosso sustento e nosso futuro.

 

Indicação de curta-metragens

Cumbe - Resistência e Afirmação, da série “Para Florescer o Mundo” Outros Olhares/Fábrica de Imagens. 

Veja vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=aj7cGgAjlcQ&t=1s

Às margens do Lago de Fronteiras, vidas transformadas, sonhos naufragados, do Projeto Cacto/Fábrica de Imagens em parceria com o Centro Frei Humberto / MST.

Veja vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=aI1PSKLXthk&t=7s 

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