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Quando os impérios sangram a terra: a Palestina e as filhas e filhos do Sul que não se rendem

Quando os impérios sangram a terra: a Palestina e as filhas e filhos do Sul que não se rendem

Se as veias da América Latina continuam abertas, as da Palestina jorram sangue a cada dia — o sangue de mais de 46 mil pessoas assassinadas durante a chamada "guerra de Gaza". Uma guerra em que, na prática, apenas um lado ataca, domina e espalha ódio, com o apoio vergonhoso de boa parte da comunidade internacional.

Mas além da violência explícita, há outra arma igualmente brutal: o silêncio das autoridades e a passividade cúmplice diante do maior genocídio televisionado da história contemporânea.

Os conflitos entre Palestina e Israel não começaram ontem. Eles remontam à criação do Estado de Israel, em 1948, como resposta ocidental aos horrores da Segunda Guerra Mundial. Em meio às ruínas deixadas pelo regime nazifascista, os impérios vencedores da guerra decidiram, mais uma vez, impor sua lógica imperialista, ignorando completamente a presença e o direito de existência do povo palestino naquele território.

O que se vendeu ao mundo como um gesto humanitário em favor de um povo perseguido se transformou, na prática, em um projeto colonial sangrento, que precarizou, expulsou e marginalizou uma população inteira. Desde então, a Palestina r

Resiste à ocupação, aos bombardeios, ao apartheid, à fome, às propagandas tendenciosas e ao silêncio do mundo. O que Israel promove há décadas é mais do que um conflito: são crimes de guerra sistemáticos, com motivação racista, sustentados por interesses geopolíticos, econômicos e militares.

Quando nos propomos a olhar para Gaza com a lente da política e da filosofia crítica, enxergamos que a dor palestina não é isolada. Ela ecoa as dores de todos os povos explorados pela gana imperial.

Foi assim nas Américas, com o genocídio indígena e o sequestro de africanos para a escravidão. Foi assim na partilha da África, que pilhou suas riquezas e empobreceu seus filhos e filhas. É assim agora, diante dos nossos olhos, em Gaza — onde se disputa não só terra, mas a manutenção de um projeto de supremacia branca, capitalista e colonial.

O que está em curso não é só Israel contra a Palestina. É o sul global sendo esmagado, mais uma vez, por um norte armado até os dentes, disposto a tudo para manter seus privilégios. São governos de extrema direita financiando a morte, legitimando a limpeza étnica, naturalizando o extermínio de um povo que resiste há séculos.

A diferença entre Gaza e os nossos territórios latino-americanos, hoje, é apenas geográfica. Porque se o capital exigisse, nossas terras já teriam sido novamente invadidas e nosso povo, mais uma vez, massacrado sem piedade.
Aliás, isso já ocorre em diferentes escalas: no extrativismo predatório, na terra grilada, na fome, na miséria, no encarceramento em massa, na bala perdida que sempre encontra o corpo empobrecido, geralmente pardo ou preto.

Por isso, enquanto filhos e filhas do sul global, temos a responsabilidade histórica e moral de nos levantar. De gritar. De lutar. De nos solidarizar não só com a resistência palestina, mas com toda luta contra os tentáculos do imperialismo e seus fantoches fascistas.

Defender a Palestina é um ato de humanidade, sim. Mas é também um gesto político radical, uma afirmação de que estamos vivos, conscientes, e de que não aceitaremos mais ver nossos irmãos e irmãs sendo esmagadas sob os escombros do capitalismo.

Reconhecer-nos como parte de um mesmo corpo, de uma mesma história de dor, é o primeiro passo para construirmos uma luta coletiva e internacionalista, capaz de romper as correntes da opressão capitalista e fascista.

O Pontão de Cultura Pátria Grande tem lado e continuará denunciando, esclarecendo e fortalecendo lutas anticapitalistas, anticoloniais e antipatriarcais. A luta palestina é nossa luta.

Enquanto Israel destrói casas, os palestinos plantam oliveiras.

Porque quando os impérios sangram a terra, somos nós que enterramos os mortos. Mas também somos nós que erguemos as bandeiras da vida.

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